Presidente
dos EUA anunciou cobrança de 50% das importações do Brasil
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Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP |
Representantes
da indústria brasileira e do agronegócio também criticaram a intenção do
presidente norte-americano de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
De
acordo com o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo
Alban, "não existe qualquer fato econômico que justifique uma medida desse
tamanho, elevando as tarifas sobre o Brasil do piso ao teto". Os EUA já
têm superávit de quase US$ 257 bilhões. Segundo a CNI, cerca de 10 mil empresas
brasileiras seriam diretamente prejudicadas.
A
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) considera que o tarifaço
é prejudicial para os dois países e que "a economia e o comércio não podem
ser injustamente afetados por questões de natureza política".
Exportadores
de café, suco de laranja, minérios, petróleo bruto e aviões seriam os mais
diretamente impactados.
O
Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, que responde por 17% do PIB industrial
brasileiro e 1,6 milhão de empregos, lembra que o petróleo bruto é hoje o
principal item de exportação para os EUA. A Associação Brasileira dos
Produtores de Ferro (Abrafe) apelou para "princípios do comércio
justo". As duas entidades, além da Embraer — Empresa Aeroespacial
Brasileira —, informaram que avaliam a situação com cautela.
Para
a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos, as novas tarifas
poderiam consumir até 70% do valor do suco de laranja exportado. Segundo a
entidade, "é pouco provável" que outros mercados consigam absorver um
eventual excedente de produção. O Brasil é o maior fornecedor de suco de
laranja para os EUA, que compram mais de 40% das exportações brasileiras.
Com
o café, a situação é semelhante. Segundo a Associação Norte-Americana de Café,
dois terços da população dos EUA consomem café todos os dias, em uma cadeia que
sustenta quase 2,2 milhões de empregos no país. Como mais de 99% do café
consumido sendo importado, essa cadeia faz com que cada dólar investido em importação
de café gere US$ 43 para a economia local. Toda essa estrutura pode ser
abalada, já que um terço do café consumido nos EUA é brasileiro.
A
Federação Norte-Americana do Varejo também expressou preocupação com as tarifas
anunciadas por Donald Trump nos últimos meses. A entidade — a maior
representante do comércio varejista mundial — considera que as taxas serão
pagas não pelas nações estrangeiras, mas pelos próprios importadores
norte-americanos, que repassarão os custos ao consumidor final, gerando mais
inflação.
Por:
Gabriel Corrêa/Rádio Nacional
Fonte: Radioagência Nacional
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