segunda-feira, 22 de agosto de 2022

MPF SOLICITA PROVIDÊNCIAS DO GOVERNO DO PARÁ APÓS DENÚNCIA DE NOVO ATAQUE A MORADORES DO LOTE 96, EM ANAPU

O Ministério Público Federal (MPF) enviou pedidos de providências à Secretaria de Segurança Pública e à Polícia Civil do Pará após denúncia de um novo ataque no lote 96, em Anapu, às margens da rodovia Transamazônica. O ataque teria ocorrido na madrugada desta sexta-feira (19), com tiros disparados.

Imagens enviadas do local para o MPF mostram a escola completamente destruída por um incêndio na manhã de hoje. De acordo com as denúncias, os moradores passaram a noite escondidos na mata, com medo. O lote 96 é uma área pública federal onde vivem 54 famílias de agricultores que já sofreram inúmeros ataques e ameaças.

Nos ofícios enviados, o MPF questiona as autoridades sobre as providências tomadas pela Polícia Militar e pela Polícia Civil para apurar o que ocorreu na área e pede que seja avaliada a possibilidade de manter policiamento ostensivo no local pelos próximos 15 dias. O Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos também foi acionado, porque uma das lideranças integra o programa por conta de ameaças de morte.

Lembre o caso – O MPF já ajuizou duas ações civis públicas que tratam da tensão no lote 96. Em uma delas, o título apresentado por um fazendeiro que se dizia dono do local foi cancelado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Na outra, sentença judicial ordenou que o Incra cumprisse etapas do procedimento administrativo para criar um assentamento na área. O assentamento chegou a ser criado no primeiro semestre de 2022, mas posteriormente o ato foi revogado pelo governo federal.

Em maio passado, o lote 96 foi palco de um ataque por homens armados. Duas casas foram incendiadas. Em junho, um grupo voltou a rondar o local. Em ambos os casos, o MPF solicitou providências a autoridades estaduais e federais das áreas de segurança pública e de defesa dos direitos humanos.

As famílias de agricultores do lote 96 convivem há anos com ameaças e ataques como os ocorridos este ano e, desde a execução de Dorothy Stang, Anapu contabiliza dezenas de assassinatos. Nos processos judiciais referente ao caso, o MPF demonstrou que a situação dos trabalhadores rurais era de indignidade humana pela demora do Incra em implantar os assentamentos.

Fonte: Ministério Público Federal no Pará

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

AUDIÊNCIAS DO MPF EVIDENCIAM EXTINÇÃO DA PESCA NO XINGU PELA BARRAGEM DE BELO MONTE (PA)

Sete mil pescadores enfrentam escassez de peixes e exigem reparação do Ibama e da Norte Energia

Foto: Bob Morales/MPF

Antes habituados à fartura de peixes de um dos maiores rios amazônicos, os pescadores da região do médio Xingu, no Pará, passam por dificuldades para sustentar suas famílias desde as obras da hidrelétrica, quando começaram as explosões no rio e a mortandade de peixes. “Antes eu nunca vi pescador mendigar cesta básica e agora dependemos de cesta básica porque hoje não tem mais peixe para sustentar nossa família. Tomaram o que é nosso, tomaram nosso peixe e tomaram as nossas vidas”, disse o pescador Áureo da Silva Gomes, que mora na área do reservatório da usina, em uma das duas audiências públicas promovidas pelo Ministério Público Federal (MPF) em Altamira e Vitória do Xingu esta semana para debater a situação.

Foto: Bob Morales/MPF

As audiências colocaram frente a frente cerca de 1,3 mil pescadores, representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) responsáveis pelo licenciamento de Belo Monte e da Norte Energia, concessionária da hidrelétrica e responsável pelos impactos sociais e ambientais. Também participaram da audiência representantes da Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE) e da Defensoria Pública da União (DPU) e os pesquisadores André Sawakuchi, da Universidade de São Paulo (USP), Eder Mileno, da Universidade Federal do Pará (UFPA) e Jansen Zuanon, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Eles integram uma rede de pesquisadores de várias universidades brasileiras que assessoram o MPF na análise técnica dos danos provocados pela usina no Xingu.

Foto: Bob Morales/MPF

A procuradora da República Thais Santi, que convocou as audiências, considera que não há mais controvérsias sobre os graves danos causados pelo barramento do Xingu sobre os estoques e a atividade pesqueira na região. O alagamento dos igapós na área do reservatório e o desvio da água na área da Volta Grande do Xingu inviabilizou a desova e a alimentação das espécies de peixes, reduzindo drasticamente os rendimentos dos pescadores. Estima-se que sete mil pessoas estejam enfrentando dificuldades para sustentar suas famílias.

Pobreza, fome e falta de luz – Nas duas audiências, nos dias 16 e 17, não foram poucos os depoimentos de pescadores que disseram estar passando fome, vivendo de doações, sem energia elétrica por falta de dinheiro para pagar as contas. As perdas econômicas se acumulam e são severas em uma região em que alguns anos atrás a pesca garantia uma vida confortável e autonomia a pescadores, ribeirinhos e indígenas. “O que tinha para o peixe comer no rio acabou. Será que vocês iriam ficar num lugar sem comida? Por isso os peixes foram embora. O pescador hoje em dia faz uma pescaria e quando ele vai entregar para o atravessador ele tá devendo o atravessador. Antes a gente tinha três redes para pescar, fazia R$ 2 mil a R$ 3 mil por semana. Hoje com 3 mil metros de malhadeira a gente passa duas semanas no rio e consegue pescar R$ 200 a R$ 300 reais. Fora as qualidades de peixes que não temos mais. Sumiu pacu de seringa, matrinchã, curimatá [espécies apreciadas e de alto valor econômico]”, disse o pescador Cleo Francelino, que vive na área do reservatório.

Foto: Bob Morales/MPF

Sete mil pescadores enfrentam escassez de peixes e exigem reparação do Ibama e da Norte Energia

Antes habituados à fartura de peixes de um dos maiores rios amazônicos, os pescadores da região do médio Xingu, no Pará, passam por dificuldades para sustentar suas famílias desde as obras da hidrelétrica, quando começaram as explosões no rio e a mortandade de peixes. “Antes eu nunca vi pescador mendigar cesta básica e agora dependemos de cesta básica porque hoje não tem mais peixe para sustentar nossa família. Tomaram o que é nosso, tomaram nosso peixe e tomaram as nossas vidas”, disse o pescador Áureo da Silva Gomes, que mora na área do reservatório da usina, em uma das duas audiências públicas promovidas pelo Ministério Público Federal (MPF) em Altamira e Vitória do Xingu esta semana para debater a situação.

As audiências colocaram frente a frente cerca de 1,3 mil pescadores, representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) responsáveis pelo licenciamento de Belo Monte e da Norte Energia, concessionária da hidrelétrica e responsável pelos impactos sociais e ambientais. Também participaram da audiência representantes da Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE) e da Defensoria Pública da União (DPU) e os pesquisadores André Sawakuchi, da Universidade de São Paulo (USP), Eder Mileno, da Universidade Federal do Pará (UFPA) e Jansen Zuanon, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Eles integram uma rede de pesquisadores de várias universidades brasileiras que assessoram o MPF na análise técnica dos danos provocados pela usina no Xingu.

Os danos sobre a pesca já foram reconhecidos pelo Ibama em parecer técnico dentro do licenciamento da usina, que busca a renovação da licença de operação, vencida desde novembro de 2021. Carolina Reis, do Instituto Socioambiental, leu trechos do parecer durante a audiência pública de Altamira. “Os técnicos do Ibama estão dizendo que está clara a responsabilidade do empreendimento na degradação da pesca e que vocês estão fadados a uma situação de empobrecimento. Já são dois anos e dois meses de atraso nas medidas que não deveriam ter sido interrompidas unilateralmente pela Norte Energia, isso reconhecido pelos técnicos do Ibama. Como representante da sociedade civil eu digo desde já que nós consideramos que esses dois anos e dois meses são insuficientes”, disse.

O pescador Raimundo Gomes, conhecido como Raimundo Berrogrosso, passa tantas dificuldades que ficou com a saúde debilitada. “Em primeiro lugar nós precisamos ser vistos por esses órgãos públicos como seres humanos. Eu vivo a minha vida inteira no rio Xingu e hoje não posso mais pescar porque o rio acabou. A Norte Energia acabou com as nossas espécies, acabou com nossas ilhas e praias, acabou com nosso lazer e depois acabou com os pescadores. Nós precisamos sim que as autoridades se levantem do banco e obrigue a Norte Energia a pagar o que nós temos por direito. Pais de família estão no escuro cozinhando com ponta de tábua, porque não consegue pagar a energia nem o gás. Tem gente que está há mais de um ano sem energia”, disse na audiência de Altamira.

Projetos paralisados – Muitos pescadores relataram o desespero diante da inexistência de ações de compensação e mitigação para os impactos que os afetam. “O pescador não tem mais condições de sobreviver. A gente perdeu as nossas piracemas, a gente não tem mais como pescar, hoje o nosso rio está pedindo socorro, o nosso rio precisa de um descanso e a gente precisa que as autoridades olhem para o rio com olhar de carinho. E a gente precisa da nossa indenização para poder dar esse tempo de descanso para o rio. Os pescadores não têm condições de sobreviver e não adianta compensação, não adianta dar uma malhadeira. Seria para pescar o que, se não tem mais peixe?”, questionou Rita Cavalcante.

“Como vocês constroem uma barragem dentro de um rio, indenizam carroceiros, indenizam oleiros, indenizam fazendeiros e não indenizam pescadores? Vocês sabem o que acontece no Xingu, vocês sabem que nós não temos mais condição de viver da pesca. E nós precisamos ser indenizados”, disse a pescadora Maria Francineide. “A maioria aqui está doente. Problema de depressão, coceira, rins. Esse é o legado de Belo Monte. Usaram o nosso nome, o nome da nossa comunidade para batizar esse monstro que nos destrói. Eu me criei no Belo Monte. Vinha gente de toda parte para comer o peixe frito aqui no Belo Monte. Isso acabou. Porque acabou o peixe. Pobreza, miséria, rio infértil, doença, esse é o legado da Norte Energia no Xingu. A gente tinha dignidade, a gente pescava, a gente comprava nosso alimento, a gente vivia bem. Hoje em dia acabou tudo. A gente hoje pede uma vida melhor porque era o que a gente tinha e vocês tiraram”, cobrou Sara Rodrigues, pescadora da Volta Grande do Xingu, de onde foi desviada 80% da água para movimentar as turbinas da usina.

Impactos extraordinários – Para os pesquisadores que assessoram o MPF, o que ocorre no Xingu após o barramento de Belo Monte é uma situação única no país, com um rio de grande porte sendo desviado de seu curso natural para a produção de energia – a chamada usina a fio d'água – que produz um impacto duplo, com alagamento de um lado e seca extrema de outro. Esse modelo destruiu o pulso de inundação, que assegurava a reprodução das espécies e a manutenção das florestas e das comunidades.

“O que foi feito no Xingu nunca foi feito em nenhum outro rio do Brasil, que foi transferir um rio para outro lugar. E os impactos sobre a Volta Grande não tem par em nenhum outro processo de licenciamento em curso ou anterior no Brasil. Como não existem exemplos e parâmetros o caso exige um tratamento extraordinário. Eu entendo que não existem piracemas há vários anos na Volta Grande e isso necessariamente demanda indenização. Mas salvar a pesca na região exigirá uma partilha menos desequilibrada da água, entre a produção de energia e a sobrevivência da natureza”, concluiu o professor André Sawakuchi, geólogo da USP que é especialista em grandes rios amazônicos.

“Claro que todas as barragens terão impactos sobre a pesca mas o que se vê aqui são impactos muito maiores do que o esperado. Nunca foi feito um cálculo social e ecológico de quanta água poderia ser desviada para Belo Monte e quanto teria que ser desviada para a Volta Grande do Xingu. Esse cálculo nunca foi mostrado porque ele nunca foi feito. Se tem uma solução para peixes, quelônios e pessoas é água na Volta Grande. Se tiver água chegando na época certa e em quantidade suficiente para alagar as áreas de igapó, a gente pode garantir as piracemas e a alimentação dos peixes. Se não houver, vamos ter cada vez menos peixes no Xingu”, disse Jansen Zuanon, do Inpa.

“Queria saber qual a medida de mitigação para um povo que se diz dono do rio, que somos nós o Juruna. Como se tira a água do rio de um povo do rio? Essa é a pergunta que eu deixo para vocês e qual a medida que se dá a esse impacto relacionado a nossa vida. Esse espaço aqui é para discutir a reparação pelas perdas da pesca. Nós estamos sem água, isso é fato, e não somos só nós que pedimos socorro mas também os peixes, porque os peixes precisam se alimentar, os peixes precisam reproduzir e não tem água. Acima do barramento tem muita água, abaixo do barramento não tem água. Quero que vocês busquem a pessoa que de tão longe calculou a quantidade de água que deveria ser liberada para nós, sem sequer essa pessoa ter pisado na Volta Grande. Busque essa pessoa para vir ver o impacto que causou a gente, a gente humano e também de todos os seres que vivem ali”, disse Bel Juruna, representante do povo Yudjá.

Respostas – O representante da Diretoria de Licenciamento do Ibama, Jônatas Andrade, explicou que os técnicos estão debruçados no momento nos dados enviados pela Norte Energia para dimensionar os impactos e os possíveis ajustes a serem feitos no licenciamento. “A equipe técnica tem analisado os relatórios que são apresentados pela empresa e a partir dessas análises a gente adota alguma solução ou ação. E os ajustes dentro do licenciamento ocorrem naturalmente, ainda mais em um processo complexo como esse. Sobre a reparação, teremos uma resposta sobre isso também. O que é importante é entender os problemas e resolver as questões de forma bastante prática, de maneira que seja efetiva também. Não adianta indenizar sem ter um planejamento futuro. O que eu posso falar para vocês é que o Ibama está trabalhando na análise de tudo que tem sido apontado e essa audiência aqui é importante para a percepção técnica de tudo que está sendo sentido por vocês”, disse.

A representante da Norte Energia, Luciana Soares, culpou a pandemia de covid-19 pela interrupção dos projetos de compensação e mitigação para os pescadores e disse que a empresa vai procurar ajustar esses projetos a partir dos depoimentos das audiências públicas. Para a procuradora da República Thais Santi, o direito de reparação precisa ser reconhecido dentro do processo de licenciamento e se não for, o MPF terá que intervir.

“A Norte Energia tem um prazo para dar resposta ao parecer do Ibama e estamos aguardando essa resposta, mas, da parte do MPF, estamos mais do que convencidos da obrigação e da urgência da indenização pelo prejuízo cotidiano que vocês vêm tendo na atividade de vocês. A reparação pela perda da pesca não é uma reparação pelo modo de vida, pela perda do rio. É uma reparação pela perda do peixe apenas. O que custa a perda de um modo de vida é algo que não é só você que sofre, é você, seu filho, o filho de seu filho que perdem o direito de ser o que vocês tinham o direito de ser. Vocês que são pescadores profissionais, artesanais, vocês têm o direito de ser pescadores”, disse Thais Santi ao encerrar as audiências.

Fotos das duas etapas da audiência pública (créditos: Bob Morales/MPF)


Fonte:  MPF

MPF SOLICITA PROVIDÊNCIAS DO GOVERNO DO PARÁ APÓS DENÚNCIA DE NOVO ATAQUE A MORADORES DO LOTE 96, EM ANAPU

Foto: Redes Sociais

O Ministério Público Federal (MPF) enviou pedidos de providências à Secretaria de Segurança Pública e à Polícia Civil do Pará após denúncia de um novo ataque no lote 96, em Anapu, às margens da rodovia Transamazônica. O ataque teria ocorrido na madrugada desta sexta-feira (19), com tiros disparados.

Imagens enviadas do local para o MPF mostram a escola completamente destruída por um incêndio na manhã de hoje. De acordo com as denúncias, os moradores passaram a noite escondidos na mata, com medo. O lote 96 é uma área pública federal onde vivem 54 famílias de agricultores que já sofreram inúmeros ataques e ameaças.

Nos ofícios enviados, o MPF questiona as autoridades sobre as providências tomadas pela Polícia Militar e pela Polícia Civil para apurar o que ocorreu na área e pede que seja avaliada a possibilidade de manter policiamento ostensivo no local pelos próximos 15 dias. O Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos também foi acionado, porque uma das lideranças integra o programa por conta de ameaças de morte.

Lembre o caso - O MPF já ajuizou duas ações civis públicas que tratam da tensão no lote 96. Em uma delas, o título apresentado por um fazendeiro que se dizia dono do local foi cancelado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Na outra, sentença judicial ordenou que o Incra cumprisse etapas do procedimento administrativo para criar um assentamento na área. O assentamento chegou a ser criado no primeiro semestre de 2022, mas posteriormente o ato foi revogado pelo governo federal.

Em maio passado, o lote 96 foi palco de um ataque por homens armados. Duas casas foram incendiadas. Em junho, um grupo voltou a rondar o local. Em ambos os casos, o MPF solicitou providências a autoridades estaduais e federais das áreas de segurança pública e de defesa dos direitos humanos.

As famílias de agricultores do lote 96 convivem há anos com ameaças e ataques como os ocorridos este ano e, desde a execução de Dorothy Stang, Anapu contabiliza dezenas de assassinatos. Nos processos judiciais referente ao caso, o MPF demonstrou que a situação dos trabalhadores rurais era de indignidade humana pela demora do Incra em implantar os assentamentos.

Fonte: MPF

TRABALHADORES OCUPAM A SEDE DO INCRA EM SANTARÉM

ELES COBRAM A REGULARIZAÇÃO DE ASSENTAMENTOS RURAIS

Um grupo de agricultores que bloqueavam a Rodovia Transamazônica, resolveram pela liberação da via e ocuparam hoje pela manhã a sede da superintendência do INCRA em Santarém

Os pequenos agricultores da Associação dos Pequenos Produtores Rurais Nova Descoberta da comunidade Divino Pai Eterno (km 155 norte); Associação Terra Nova (km 140 norte); Associação Selva de Pedra (km 140 sul); com a participação de agricultores do PA Mata Preta do município de Anapu (PA), querem agilidade nos processos de criação dos assentamentos e legalização de suas terras.

Os trabalhadores e trabalhadoras rurais permanecerão com ocupação da instituição até que INCRA se resolva dê uma resposta definitiva e satisfatória às famílias.

 


PAI ACUSADO DE ABUSAR DA FILHA EM BRASIL NOVO, VOLTA A SER PRESO APÓS INVESTIGAÇÕES

A Polícia Civil de Brasil Novo, região da Transamazônica no sudoeste do Pará, cumpriu mandado de prisão contra um homem acusado de Abusar da filha desde que ele tinha 12 anos. Hoje a filha tem 20, casada e disse que mesmo assim continuava sendo obrigada a ter relações sexuais com o pai.

O assunto veio à tona no último dia 06 de agosto quanto ele foi denunciado pela sogra da vítima que teria presenciado ele cometendo abusos contra a filha. Gilvan da Silva Jacinto foi preso e liberado três dias depois. De acordo com informações, o acusado foi solto após a vítima ter sido obrigada pela mãe à retirar a denúncia. As investigações do caso continuaram e agora ele voltou a ser preso.

Também foi cumprido mandado de prisão temporária contra a esposa do acusado, que também é mãe da vítima e acusada de ser conivente com o crime cometido pelo pai contra a filha.

A prisão de Gilvan aconteceu em uma fazenda localizada a 50 km da sede do município, já a mulher foi presa na residência da família no centro urbano de Brasil Novo.

Os dois estão presos à disposição da justiça.

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

DELEGADO DE PC DE BRASIL NOVO ALERTA SOBRE ROUBOS NA CIDADE

Foram registrados dois casos no final de semana

Duas ocorrências de roubos foram registradas na noite do dia 13 de agosto a noite, no último final de semana no município de Brasil Novo. Diante da situação, o Delegado de Polícia de Brasil Novo, Henrique Inácio, pede aos moradores que ao observarem alguma moto ou atitude suspeita que comuniquem à Polícia imediatamente. Um dos roubos aconteceu próximo à Vicinal 13 e outro na ponte do Rio arrependido no trecho da Rodovia Transamazônica rumo à Medicilândia, quando indivíduos armados com revólver 38 levaram moto e celulares das vítimas. De acordo com relatos das vítimas um é moreno, alto, estava com máscara anticovid.

Informações que possam coibir esse tipo de ação podem ser encaminhadas à Polícia através do 190sem a necessidade de identificação.

O Sgt Leosmano, comandante da Polícia Militar em Brasil novo informou que tem intensificado as rondas das guarnições em localidade de maior vulnerabilidade para esse tipo de ocorrência e reforça a importância de que a comunidade esteja alerta e avisem a polícia sobre moto ou pessoa suspeita andando pela cidade. 

5 MIL MAÇOS DE CIGARROS SÃO APREENDIDOS EM ÔNIBUS DA LINHA SANTARÉM-URUARÁ

O cigarro teria sido contrabandeado da China

No início da manhã desta quarta-feira (17), por volta das 06h40, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 5 mil maços de cigarros durante uma abordagem de fiscalização em Santarém, oeste do Pará.

Segundo informações, durante um comando de fiscalização a ônibus, uma equipe da PRF abordou um ônibus de uma linha intermunicipal, que fazia itinerário Santarém/Uruará.

Durante a verificação das bagagens no compartimento de carga, foram localizadas 10 caixas com o nome "Nise Baisha". Ao avançar na verificação, foi constatado que as caixas continham cigarros contrabandeados da China, totalizando 5.000 maços.

Fonte: Portal Giro com informações da PRF

AGRICULTORES LIBERAM BLOQUEIO DA TRANSAMAZÔNICA

O desbloqueio segue até às 18:00 horas caso o INCRA não se posicione

A Rodovia Transamazônica estava bloqueada, na altura do Km 16 entre as cidades de Medicilândia e Uruará no sudoeste do Pará, deste a madrugada de segunda-feira por agricultores que cobram agilidade na legalização de suas terras.

A manifestação é realizada por membros da Associação dos Pequenos Produtores Rurais Nova Descoberta da Comunidade Divino Pai Eterno (km 155 Norte), Associação Terra Nova (km 140 Norte),Associação Selva de Pedra (km 140 Sul) e conta com cerca de 50 agricultores do P.A Mata Preta do município de Anapu, que estão reivindicando a regularização dos Assentamentos, energia rural e agora os agricultores também reivindicam o asfaltamento da Rodovia Transamazônica no trecho entre as cidades de Medicilândia e Uruará.

Por volta das 17 horas desta quarta-feira (17), a rodovia foi liberada com a previsão de fechamento às 6 horas de quinta, 18, mas depois de um acordo entre os agricultores, que aguardam um posicionamento do Incra, resolveram liberar a via.

Os manifestantes confirmaram a liberação da via, mas disseram que o acampamento vai permanecer montado e esperam que tudo seja resolvido, caso contrário, um novo protesto deve acontecer. – “Agora a gente precisa da assinatura para poder ser publicado no Diário Oficial da União os editais” – informou Antônia Pereira, líder comunitária.

Essas assinaturas é o que falta para que os processos de regularização dos assentamentos Divino Pai Eterno, Terra Nova e Selava de Pedra possam ser retomados.

O INCRA informou que os processos de regularização dos assentamentos estão em análise a A Equatorial Energia Pará informa que está acompanhando a situação dos manifestantes que fecharam a BR-230, no sudoeste do estado. A distribuidora destaca que não realiza obras de expansão e universalização em áreas embargadas pela justiça e em terrenos que estejam sob litígio.

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

PSC/PA RECOMENDA INVESTIGAÇÃO CONTRA VEREADOR SOLIMAR MACHADO POR POSSÍVEL QUEBRA DE DECORO PARLAMENTAR

Ver. Solimar Machado/Foto: Facebook

O Diretório Estadual do Partido Social Cristão – PSC/PA encaminhou no dia 2 de agosto um ofício à Câmara Municipal de Brasil Novo solicitando informações sobre a postura do Vereador Solimar Machado e uma possível quebras de decoro parlamentar devido a vídeos e imagens supostamente divulgadas em redes sociais, onde supostamente teria encaminhado fotos intimas à uma outra pessoa. O diretório pede também abertura de processo para investigar a conduta do vereador.

O Diretório Estadual do PSC também encaminhou ofício contestando o fato de o vereador ter postado em redes sociais apoio à candidatura de pessoa não filiada ao PSC, o que fere a resolução CEN nº 3, de 23 de março de 2022 em seu artigo 6º, parágrafo único, inciso I, Item 2.

Diante do caso, o Blog Informe Verdade procurou e o Advogado Marcos Yiri Alves de Melo, conhecido popularmente como Marcos Portugal,

Especialista jurídico para que você possa entender como funciona um processo de cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar veja:

“O QUE É DECORO PARLAMENTAR?

Não existe um conceito objetivo do que seja decoro parlamentar. Mas de um modo geral, pode se conceituar como um termo jurídico que caracteriza a conduta ou postura individual que uma pessoa com cargo ou mandato político deve adotar no exercício do seu mandato.

Este tipo de conduta deve ser adotada por todos os representantes eleitos e espera-se que ela seja exemplar, seguindo as normas morais da sociedade, como a honradez, a decência, a honestidade, etc.

O VEREADOR É OBRIGADO A PREZAR PELO DECORO PARLAMENTAR?

Manter o Decoro Parlamentar é uma obrigação legal do vereador brasilnovense, conforme determina o inciso VI, do Art. 88 do Regimento Interno da Câmara Municipal.

O VEREADOR PODE PERDER O MANDATO POR FALTA DE DECORO?

De acordo com o inciso I, do Art. 88 da Lei Orgânica do Município de Brasil Novo, perderá o mandato, o vereador “cujo procedimento for declarado incompatível com decoro parlamentar”.

Além disso, o inciso III, do Art. 7º Decreto Lei Federal nº 201/67, também determina que a Câmara poderá cassar o mandato de Vereador, quando “Proceder de modo incompatível com a dignidade, da Câmara ou faltar com o decoro na sua conduta pública”.

COMO FUNCIONA O PROCESSO DE CASSAÇÃO POR FALTA DE DECORO PARLAMENTAR?

De maneira simplificada, podemos descrever o procedimento nos seguintes passos:

1º - Realização da denúncia

2º - O Presidente determinará a leitura da denúncia e consultará o Plenário sobre o seu recebimento.

3º - Se a denúncia não for recebida pelo voto da maioria dos presentes, na mesma sessão será constituída a Comissão processante, com três Vereadores, e eleito o presidente da comissão, e o relator;

OBS: Se a denúncia não for recebida pela maioria simples, o processo é arquivado.

4º - Notificação do Vereador Denunciado para que apresente defesa prévia;

5º - Decorrido o prazo de defesa, a Comissão processante emitirá parecer opinando pelo prosseguimento ou arquivamento da denúncia,

OBS: Se o parecer for pelo arquivamento, o presidente coloca o parecer para deliberação no plenário.

OBS: Se o parecer for pelo prosseguimento, o Presidente da Comissão designará uma data para instrução do processo, ouvindo o denunciado e as testemunhas caso seja necessário.

6º - Após finalizada a instrução processual, será aberto prazo para o Denunciado apresentar suas razões escritas, uma espécie de reforço das suas teses de defesa, considerando todas as provas que já constam no processo.

7º - Comissão Processante emitirá PARECER FINAL, pela procedência ou improcedência da acusação, e solicitará ao Presidente da Câmara a convocação de sessão para julgamento.

8º - SESSÃO DE JULGAMENTO. Leitura das peças do processo, manifestações verbais dos interessados, e defesa oral do acusado (pessoalmente ou por advogado)

9º - VOTAÇÃO. Concluída a defesa, proceder-se-á a tantas votações nominais, quantas forem as infrações articuladas na denúncia.

10º - PROCLAMAÇÃO DO RESULTADO – Lavra ata consignando o resultado da votação. Expedição do Decreto Legislativo de cassação do mandato. Comunicação da justiça eleitoral do resultado do processo.

Para ser afastado definitivamente do cargo, a denúncia terá que ter sido aprovada pelo voto de 2/3 dos membros da câmara, sendo que, em caso de fração, arredonda para mais.

Assim, no caso da Câmara de Brasil Novo, para cassação de vereador por quebra do decoro parlamentar, necessitaria de 8 votos a favor da denúncia. ” – Explicou o advogado.

Em contato com o Vereador Solimar Machado, fomos informados que a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara decidiu pelo arquivamento do pedido por considerar inconstitucional. O vereador considerou que tudo isso é resultado de perseguição política de um grupo que quer a todo custo tomar seu mandato.

OPERAÇÃO GUARDIÕES DO BIOMA DESTRÓI MAQUINAS EM GARIMPOS NA REGIÃO DE NOVO PROGRESSO

Foto: Divulgação Jornal Folha do Progresso

Composta pela Polícia Federal (PF), Força Nacional, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Operação Guardiões do Bioma visa coibir práticas criminosas na Amazônia legal, em especial queimadas e incêndios.

Desta vez o alvo é garimpos na região da Pistinha entre o Rio Novo e Crepori no município de Itaituba(na região de Novo Progresso). Conforme a informação, dois helicópteros foram usados na operação que acontece dentro da Floresta Amazônica.

A informação chegou até redação do Jornal Folha do Progresso, que nesta segunda-feira, 15 de agosto de 2022, uma ação do ICMBio destruiu maquinários usados para extrair ouro na região do rio marrom, pistinha e rio crepori. A reportagem do Jornal Folha do Progresso esteve até a base instalada em busca de informações em Novo Progresso, mas ninguém comentou sobre a operação, informações só em Brasília, disse um policial.

Para chegar ao garimpo, são necessários horas de viagem pela estrada que passa dentro da Flona Jamanxim , o Garimpo “PISTINHA” está situado Próximo ao Rio Novo. Os fiscais Ambientais chegaram com ajuda de helicópteros.

Conforme informação, os fiscais ambientais atearam fogo e destruíram ao menos 12 escavadeira e um trator de esteira.

As operações do Ibama, agora com apoio de 100 homens da Força Nacional, na região de Novo Progresso, estão intensificadas. Garimpeiros, madeireiros e desmatadores estão na mira do meio ambiente.

A região é o principal foco de desmatamento ilegal na Amazônia.

Máquina sendo destruída durante uma operação (Assista ao vídeo)


Fonte: Jornal Folha do Progresso

CAMINHONETE CAI DE PONTE NA RODOVIA TRANSAMAZÔNICA

Veículo na ponte. Foto: Reprodução

Nesta terça-feira (16), foi registrado um acidente na BR 230, no KM 245, nas proximidades da lanchonete Carolina entre Itaituba e Jacareacanga. A caminhonete transitava de Jacareacanga sentido o município de Itaituba, sudoeste do Pará.

Segundo informações, o motorista que até o momento não tinha sido identificado, estava sozinho quando o carro caiu de cima da ponte. Não há informações sobre as possíveis causas do acidente. Populares informaram que houve apenas danos materiais.

Imagens que circulam nas redes sociais mostram o veículo jogado dentro de um córrego, sendo retirado por um guincho.

Com informações Portal Giro

BLOQUEIO NA TRANSAMAZÔNICA CONTINUA PELO TERCEIRO DIA CONSECUTIVO

O Incra ainda não atendeu as reivindicações dos agricultores

O Incra ainda não atendeu as reivindicações dos agricultores

A manifestação de pequenos agricultores que bloqueia a rodovia Transamazônica (BR230) no município de Uruará (PA) entrou para o seu terceiro dia. A BR foi interditada próximo a ponte sobre o Rio Uruará, a 20 km da sede do município sentido cidade de Medicilândia, na madrugada de segunda-feira, 15/08, por centenas de famílias de produtores rurais. Apenas ambulâncias passa pelo local. Os agricultores querem a regularização dos assentamentos rurais e instalação da rede de energia elétrica.

A manifestação é realizada por pequenos agricultores da Associação dos Pequenos Produtores Rurais Nova Descoberta da comunidade Divino Pai Eterno (km 155 norte); Associação Terra Nova (km 140 norte); Associação Selva de Pedra (km 140 sul); e conta com a participação de cerca de 50 agricultores do PA Mata Preta do município de Anapu (PA).

Na manhã desta terça-feira, 16 a liderança do movimento informou que ainda não houve resposta do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) nem da Equatorial Energia e que por isso a interdição da rodovia irá continuar, mas agora sem hora para liberar o trânsito. "Ontem a gente bloqueou a Transamazônica e liberando o trânsito a cada 6 horas e foi um movimento bem tranquilo. A gente até agradece a compreensão das pessoas que estavam viajando, não teve nenhuma desordem. Mas até no presente momento a gente não recebeu nenhuma resposta. Estamos reivindicando o direito da regularização da terra e o direito de termos energia em nossas propriedades rurais. Hoje (terça-feira, 16) o bloqueio continua, fechamos a BR às 6 horas sem hora determinada para desbloquear, só quando nossas pautas forem atendidas ou tivermos alguma negociação com o INCRA de Brasília e com a Equatorial Energia, precisamos de uma resposta, porque até agora nenhum órgão entrou em negociação com a gente. Apenas ambulância com pacientes e viatura da PRF poderão passar pelo bloqueio", disse a presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais Nova Descoberta da comunidade Divino Pai Eterno, Antônia Pereira da Costa.

Um acampamento de apoio foi montado na beira da rodovia.

Na pauta de reivindicações estão:

1º - Que a Superintendência (INCRA) de Santarém juntamente com a Superintendência de Brasília divulguem a lista das inscrições aprovadas, para que se possa dar continuidade à Regularização dos Assentamentos.

2º - Que o INCRA possa fazer um levantamento dos agricultores da ocupação Selva de Pedra, localizada no km 140 sul, a 12 km da faixa.

3º - Que a empresa Equatorial Energia possa dar agilidade na construção da rede elétrica no travessão dos Dois e Meio, na comunidade Divino Pai Eterno (km 155 norte) e Terra Nova (km 140 norte).

4º - Que o juiz agrário possa marcar audiência para julgamento da sentença dos processos de assentamento Divino Pai Eterno e Terra Nova.

A manifestação é realizada por pequenos agricultores da Associação dos Pequenos Produtores Rurais Nova Descoberta da comunidade Divino Pai Eterno (km 155 norte); Associação Terra Nova (km 140 norte); e Associação Selva de Pedra (km 140 sul).


Com informações de Gazeta Real Uruará

terça-feira, 16 de agosto de 2022

TUDO FECHADO: BLOQUEIAM A TRANSAMAZÔNICA CONTINUA E TRABALHADORES DIZEM NÃO TER PREVISÃO DE LIBERAÇÃO DA PASSAGEM

Os trabalhadores bloqueiam desde a madrugada de segunda-feira o trecho que fica na altura do km 160, entre as cidades de Uruará e Medicilândia, próximo à uma ponte de cimento a cerca de 20 km do centro urbano de Uruará está. Os agricultores e agricultoras cobram celeridade no processo de assentamento das famílias nas comunidades Divino Pai Eterno do km 155 norte, Terra Nova do km 140 norte e Associação Selva de Pedra do km 140 sul.

De acordo com uma liderança local, o Instituto de Colonização e Reforma Agrária – INCRA havia iniciado o processo de cadastramento das famílias, porém por algum motivo que não foi comunicado às associações que representa os agricultores e agricultoras, todos esses processos foram suspensos e até o momento o Instituto não teria dato sinais de uma nova tratativa dos processos.

Hoje pela manhã uma liderança divulgou áudios nos grupos de mensagens informando que a partir de hoje não há previsão de liberação da passagem.

Confira o áudio abaixo:


A PRF mantém uma equipe no local para tentar negociar a flexibilização do bloqueio para que os motoristas possam passar menos tempo parados na estrada.  

Em nota o INCRA informou que os processos de regularização dos assentamentos estão em análise. A Equatorial Energia informou que aguarda uma comissão formada pelos moradores, para assim verificar quantas famílias poderão ser atendidas.