STF
discute recursos que questionam responsabilização das plataformas
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© MARCELLO CASAL JRAGÊNCIA BRASIL |
Os
ministros discutem dois recursos – apresentados pelas empresas Facebook e
Google – que questionam a responsabilização de plataformas por publicações de
usuários e a retirada de conteúdos ofensivos. O Marco Civil da Internet diz que
a empresa só pode ser responsabilizada pelo conteúdo dos usuários se não tomar
providências após ordem judicial.
Flávio
Dino começou o seu voto com uma posição forte contra as redes, que, para ele,
causam muito prejuízos à sociedade. Ele lembrou do período em que aconteceu uma
série de ataques em escolas no Brasil e de publicações que incentivavam os
crimes.
“A
doutora Estela Aranha, que era secretária de Direitos Digitais do Ministério da
Justiça na ocasião, começou, junto com o Laboratório de Crimes Cibernéticos, a
pesquisar postagens relativas a ameaças nas escolas. Senhoras, sabem o que
acontecia? Quanto mais ela pesquisava, mais conteúdos ela recebia, porque o
algoritmo interpretava que ela gostava desse tipo de conteúdo. Não pode ter
algo mais eloquente para mostrar a quão perversa é essa arquitetura”.
Ainda
em seu voto, Dino disse que a responsabilidade das empresas faz parte do risco
do negócio; e que o aumento de custos faz parte do ônus.
“É
algo absolutamente razoável que nós fortaleçamos o dever de vigilância, de
cuidado, de prevenção e precaução, inclusive com contratação de pessoas, porque
é o ônus da atividade econômica. Um shopping não tem que manter seguranças? Um
banco não tem que manter seguranças? O Supremo mantém seguranças. Então,
qualquer atividade humana tem bônus e ônus”.
Flávio
Dino defendeu que a notificação da pessoa é suficiente para retirada de
postagens danosas feitas por terceiros; e que a judicial é para crimes contra a
honra.
O
magistrado manteve a obrigatoriedade de monitoramento ativo para crimes contra
crianças e adolescentes, incentivo ao suicídio e terrorismo, entre outros.
Por:
Gabriel Brum/Rádio Nacional
Fonte: Radioagência Nacional
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