Até
comprovação da consulta prévia, livre e informada, o empreendimento está
impedido de iniciar as atividades
![]() |
Foto: Divulgação |
Embora a Belo Sun tenha alegado
cumprimento dessas exigências, a decisão final ficou a cargo do juízo de
primeiro grau, a quem cabe analisar se os requisitos foram respeitados. Isso
significa que a empresa não está autorizada a iniciar as atividades.
O licenciamento ambiental, por sua
vez, a partir de decisão do Tribunal em outro processo (n°
0001813-37.2014.4.01.3903), será conduzido pela Secretaria de Meio Ambiente e
Sustentabilidade (Semas) do Pará, revertendo decisão anterior que atribuía a
competência ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama). Nesse ponto, o MPF defende que a competência deve ser do
órgão federal.
Consulta prévia – Em 2017, o TRF1 já havia condicionado a
validade da licença de instalação do projeto de mineração, ficando está
suspensa, à conclusão dos estudos de impacto ambiental e à realização de
consulta prévia às comunidades indígenas e tradicionais da Volta Grande do
Xingu. Vale destacar que a manutenção da validade da licença prévia ficou
também condicionada às conclusões do ECI e da consulta prévia exigidos.
Em 2018 e 2019, a Belo Sun
complementou o estudo de impacto ambiental. Em 2020, a Funai manifestou-se pela
aptidão dos estudos. Posteriormente, em 2021, foi concluída a consulta prévia
exigida, nos moldes da Convenção 169 da OIT.
Atendidas essas exigências, a
Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) informou à Semas/PA a sua
anuência para a emissão da licença prévia do empreendimento. Ressalta-se,
porém, que a autarquia atestou a viabilidade ambiental do empreendimento do
ponto de vista do ECI, e não sobre o início das obras.
Projeto Volta Grande de Mineração – O empreendimento, denominado Projeto Volta
Grande de Mineração, é uma iniciativa de mineração de ouro da empresa Belo Sun
localizada próximo à região da Volta Grande do Xingu. O projeto prevê a
extração de grandes volumes de minério de ouro a partir da construção de uma
mina a céu aberto e de um complexo de processamento. A área, já impactada com a
construção da usina hidrelétrica Belo Monte, abriga duas terras indígenas já
homologadas dos povos Juruna Yudjá e Arara, e abriga ainda comunidades
tradicionais.
Fonte: A Voz do Xingu
Nenhum comentário:
Postar um comentário