Número
de resgatados no Brasil em 2024 passou de dois mil
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© MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL |
O
maior número de resgatados em 2024 foi em Minas Gerais, com 500 trabalhadores,
seguido de São Paulo, com 467, e da Bahia, com 198.
Esse
28 de janeiro é o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo e também o Dia do
Auditor Fiscal do Trabalho, agente público responsável por essa fiscalização.
Em
evento no Ministério do Trabalho nesta terça-feira (28), o Frei Xavier Plassat,
da coordenação da Campanha Nacional Contra o Trabalho Escravo da Comissão
Pastoral da Terra, avaliou que o país avançou no combate a essa situação, com a
atuação do poder público e a pressão da sociedade civil.
Apesar
dos avanços, Frei Xavier ressalta gargalos que precisam ser superados. Segundo
ele, “tem uma força desproporcional o velho latifúndio e o moderno agronegócio,
que impera e impõe suas leis ao rumo das principais políticas do Brasil. E isso
tem um impacto evidente. (...) Mais de 60% dos casos de trabalho escravo e dos
resgates de trabalho escravo estão localizados no campo do agronegócio”.
Os
trabalhadores resgatados em áreas urbanas vêm crescendo, sendo 30% do total.
Destaca-se a liberação de 19 trabalhadoras domésticas no ano passado.
O
auditor fiscal do Trabalho Marcelo Campos destacou o desafio existente hoje no
resgate de domésticas, em sua maioria mulheres negras. Campos lembrou o caso do
resgate de Sônia Maria de Jesus, em 2023, que foi submetida a mais de 40 anos
de trabalho análogo à escravidão na casa de um desembargador de Santa Catarina
e acabou voltando à sua condição por decisão judicial. O auditor criticou o
Poder judiciário.
O
maior número de resgatados em 2024 foi na construção de edifícios, mais de 293
trabalhadores, seguido do cultivo do café, com 214, e da colheita de cebola,
com 194 trabalhadores.
O
procurador Luciano Aragão, coordenador Nacional de Combate ao Trabalho Escravo
do Ministério Público do Trabalho, reforça que os desafios do poder público são
ampliar a segurança dos trabalhadores resgatados, bem como as indenizações.
“Nós
precisamos, enquanto sociedade brasileira, enquanto o Estado, fortalecer nossa
atuação, fortalecer o valor das multas, fortalecer o valor das indenizações.
Não relativizemos dano moral individual, não podemos relativizar a violação de
direitos humanos. Precisamos exigir, enquanto sistema de justiça, enquanto
Ministério Público, Defensoria Pública da União (...) uma reparação adequada pela
violação a direitos humanos”, cobrou Aragão.
O
Ministério do Trabalho destaca que as denúncias de casos de trabalho similar à
escravidão podem ser feitas pelo Disque 100 ou pelo site gov.br/trabalho.
Por:
Gésio Passos/Radio Nacional
Fonte:
Radio agência Nacional
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