Os dados apresentados pela Pesquisa Anual de Comércio – PAC, ano de referência 2023, identificam algumas mudanças e permanências estruturais nessa atividade no Estado do Pará, comparando-se os resultados com o ano de 2014, numa série histórica de 10 anos.
Havia no Pará, no ano de 2023, 13.104 unidades locais comerciais, enquanto em 2014 esse número era de 10.846. Portanto, em uma década, ocorreu o acréscimo de 2.258 unidades locais, refletindo o dinamismo econômico dessa atividade no território paraense.
Quanto à participação dos segmentos comerciais, 9.940 unidades locais atuavam no comércio varejista paraense, correspondendo a 75,9% do total. As representações dos demais segmentos comerciais, têm a seguinte distribuição: comércio atacadista, 2.061 unidades locais, que corresponde a 15,7% e, o Comércio de veículos, peças e motocicletas, com 1.103 unidades locais, ou 8,4%. Esses dados demonstram liderança incontestável do segmento varejista no quantitativo de unidades locais comerciais.
Sobre o pessoal ocupado no comércio, no Pará esse total era de 140.611 pessoas no ano de 2023. Registra-se, portanto, um aumento de 16.183 trabalhadores no comércio em uma década, pois no ano de 2014, 124.428 pessoas estavam ocupadas formalmente nessa atividade.
Em 2023, os trabalhadores do comércio receberam R$ 4.240.119 reais em salários, retiradas e outras remunerações, correspondendo a um Salário médio mensal de 1,8 Salários Mínimos – SMs. Nesse sentido, na comparação com o ano de 2014 registrou-se, uma pequena redução na média salarial dos trabalhadores do comércio paraense, uma vez que em 2014, o Salário médio mensal era de 1,9 SMs. É importante destacar que o Salário médio mensal pago aos trabalhadores do comércio no Brasil, em 2023, é de 2 Salários Mínimos, enquanto na Região Norte essa média salarial mensal é de 1,7 SMs.
Por segmento comercial, o salário médio mensal tem variações no Pará. Assim, o comércio por atacado é o que lidera o ranking nesse quesito, pagando 2,4 SMs aos trabalhadores, seguido do comércio de veículos, peças e motocicletas cuja média mensal salarial é de 2,3 SMs, enquanto no comércio varejista o salário médio pago ao pessoal ocupado é de 1,5 Sms.
Ressalta-se que, nos segmentos de comércio varejista e no de comércio de veículos automotores, peças e motocicletas, houve redução dessa média salarial mensal em relação ao ano de 2014, enquanto no comércio atacadista o movimento ocorreu ao contrário, com registro de leve aumento.

O total da receita bruta gerada pelas empresas comerciais paraenses no ano de 2023 foi de R$ 115.780.140. Desse quantitativo, o comércio de veículos, peças e motocicletas gerou R$ 11.466.197, já no comércio por atacado foram gerados R$ 60.323.721 e, o comércio varejista contribuiu com R$ 43.990.222.
Em termos percentuais, a participação de cada segmento do comércio do Pará no total da receita bruta do ano de 2023, ficou assim distribuída: comércio de veículos, peças e motocicletas, com 9,90%; comércio atacadista, com 52,10% e; comércio varejista, com 37,99%.
A liderança do comércio por atacado na geração da receita bruta comercial no Pará está um pouco acima do ocorrido na Região Norte, que registrou 50,7% Contudo, apesar dessa pequena diferença, o comércio por atacado lidera e é representativo frente aos demais segmentos no aspecto da geração da receita bruta de revenda tanto no Pará quanto na Região Norte.
Ainda em termos regionais, é importante destacar que dentre as Unidades da Federação da Região Norte, o Pará manteve a liderança na geração da receita bruta de revenda do comércio entre 2014 e 2023. Assim, em 2023 registrou participação de 36,5%, a mesma do ano de 2014, sendo seguido pelo Amazonas, com 24,9%, mas que teve perda de participação em relação a 2014, tendo registrado naquele ano 28,5%.

Quanto a margem de comercialização, que representa a diferença entre a receita líquida de revenda e o custo das mercadorias revendidas, a do ano de 2023, foi de R$ 21.105.117, enquanto no ano de 2014, foi de R$ 7.947.060. Quanto à participação de cada segmento nesse total, em termos percentuais, a distribuição foi a seguinte: Comércio de veículos, peças e motocicletas (9,25%), Comércio por atacado (37,05%) e, Comércio varejista (53,69%).
Sobre a pesquisa:
A Pesquisa Anual de Comércio – PAC retrata as características estruturais do
segmento empresarial de comércio pelas empresas brasileiras, tendo como principais variáveis: emprego e salários; receitas de revenda; custos e despesas; margem de comercialização; distribuição regional da receita.
Respondem ao Questionário da PAC as empresas cuja maior parte da receita seja
proveniente da atividade comercial, entendida como compra para revenda, sem transformação significante, de bens novos e usados, da Seção G da Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE, contemplando os três grandes segmentos, o Comércio varejista, comércio por atacado e o comércio de veículos, peças e motocicletas. Além disso, a empresa deve ter situação ativa no Cadastro Central de Empresas – CEMPRE do IBGE, e estar sediada em Território Nacional.
Na Região Norte, a pesquisa abrange apenas os Municípios das Capitais, com exceção do Estado do Pará, onde inclui os Municípios da Região Metropolitana de Belém (Belém, Ananindeua, Benevides, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Santa Isabel do Pará e Castanhal).
Por: ASCOM/IBGE