Alexandre de Moraes retirou o sigilo do documento
nesta quarta-feira
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Fonte: © RENAN OLAZ/CMRJ |
Carlos Bolsonaro era quem comandava o suposto
“gabinete do ódio” no Palácio do Planalto, afirmou o tenente-coronel Mauro Cid,
ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, em colaboração premiada com
a Polícia Federal. O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes
retirou o sigilo do documento nesta quarta-feira (19).
O grupo conhecido como "gabinete do
ódio" era investigado pela Polícia Federal por criar e difundir notícias
falsas para atacar autoridades, instituições, o processo eleitoral e os poderes
da República. Três homens integravam o gabinete, que ficava numa sala pequena
no terceiro andar do Palácio do Planalto. Segundo Cid, havia relação de
subordinação deles com Carlos Bolsonaro, que era quem dizia o que deveriam
publicar nas redes sociais.
Mauro Cid contou que as publicações no Facebook e
no Whatsapp eram feitas pelo próprio ex-presidente Bolsonaro, mesmo mensagens
de notícias falsas ou ataques aos ministros do Supremo Tribunal Federal. Carlos
era o responsável pelas outras contas do ex-presidente, como lnstagram e
Twitter.
Cid contou que o gabinete mantinha contato com
influenciadores apoiadores do governo de Jair Bolsonaro para indicar conteúdos
para publicação.
Em outra parte da delação, Mauro Cid relatou a
proximidade da relação com influenciadores.
No dia 12 de dezembro de 2022, por exemplo,
quando o cacique Serere foi preso, o ex-presidente Bolsonaro autorizou a
entrada de Oswaldo Eustáquio, Paulo Souza e Bismark Fugazza no Palácio da
Alvorada para evitar que fossem presos. Cid afirmou ainda que Souza e Fugazza
tinham contato direto com o ex-presidente e acreditavam que CACs, donos de armas,
apoiariam Bolsonaro num eventual golpe de Estado, como uma espécie de “tropa
civil”.
A reportagem enviou mensagem para o advogado de
Carlos Bolsonaro, mas ainda não obteve resposta.
Por: Gabriel Brum/Rádio Nacional
Fonte: Radioagência Nacional