Defesa
alega que parcialidade de Moro prejudicou Dirceu
FOTO: © MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL |
A
defesa de José Dirceu destacou que, em março de 2021, a Segunda Turma do STF,
na época presidida por Gilmar Mendes, decidiu que o então juiz Sergio Moro foi
parcial ao julgar, em 2017, o presidente Lula. Com base na decisão, os
advogados de José Dirceu pediram que o STF reconhecesse que o ex-ministro
petista também foi prejudicado pela parcialidade de Moro.
No
despacho desta terça, Gilmar Mendes cita um dos argumentos da defesa do
ex-ministro, de que “a condenação fez parte de estratégia para fragilizar não
só Dirceu, mas o PT, Partido dos Trabalhadores, como um todo”.
Assim,
o ministro do Supremo determinou que sejam anulados todos os atos dos processos
conduzidos por Sérgio Moro, na Lava Jato. O magistrado citou, ainda, que vários
elementos indicam “ação coordenada entre Moro e a força-tarefa da Lava Jato
para acusar e denunciar José Dirceu”, como forma de levar a denúncia que seria
feita, depois, a Lula.
Após
a decisão, a defesa de José Dirceu disse, em nota, ter recebido a notícia com
tranquilidade e que a decisão restitui os direitos políticos do ex-ministro.
José
Dirceu foi condenado por Sérgio Moro em dois processos, com penas que passavam
dos trinta anos de prisão. Agora, Dirceu deixa de ser enquadrado na Lei da
Ficha Limpa e recebe, de volta, os direitos políticos.
Na
rede social X, a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, parabenizou Dirceu, e disse
que o Supremo “faz justiça” ao ter o mesmo entendimento já aplicado ao
presidente Lula que, segundo ela, “demonstrou, em sua defesa, a parcialidade de
Moro” e dos procuradores “para perseguir Lula”.
Na
mesma rede, Sérgio Moro negou que haja “base convincente para anulação da
condenação de José Dirceu na Lava Jato”. Ao dizer que Dirceu foi condenado por
três instâncias, Moro afirmou que “o combate à corrupção foi esvaziado no
Brasil”.
Também
no X, o ex-chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, então procurador
Deltan Dallagnol, criticou a decisão de Gilmar Mendes e ironizou dizendo que,
condenado à prisão, “Dirceu está, agora, livre, leve e solto”.
José
Dirceu havia sido condenado pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pela
Operação Lava Jato, a 23 anos de prisão pelos crimes de corrupção, de lavagem e
de pertinência à organização criminosa.
Por:
Sayonara Moreno/Rádio Nacional – Brasília
Fonte:
Rádio Agência Nacional
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