Estudo reúne cientistas da Universidade Federal do Ceará e de Harvard
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Foto: © Rovena Rosa/Agência Brasil |
Desde
2023, os pesquisadores do Ceará entraram em uma nova fase, com exames de
ressonância magnética, avaliação neuropsicológica e a busca de biomarcadores
para doenças neurodegenerativas, conforme explica o professor Manoel Sobreira,
da Faculdade de Medicina, da UFC.
"A
gente começa a realizar exames nos pacientes que a gente já tinha anteriormente
avaliado. A gente começa a fazer exame de polissonografia, que é um exame em
que você verifica várias variáveis biológicas durante o sono. A gente verifica
atividade elétrica cerebral, verifica a parte respiratória, verifica o
eletrocardiograma, a movimentação dos membros, um exame que é filmado e é
gravado ao mesmo tempo."
Os
estudos identificaram pacientes com covid longa que haviam perdido a capacidade
do cérebro "desligar" os movimentos musculares durante o sono e que
interagiam com os sonhos, de uma forma incomum. Isso pode estar relacionado a
doenças como Parkinson ou um tipo específico de demência, explica o professor,
que passou seis meses nos EUA trabalhando com o protocolo adotado pela
universidade norte-americana.
"O
indivíduo sonha, participa do sonho e se movimenta como se estivesse sonhando.
Essas doenças, estão relacionadas a médio e longo prazo, com doenças que a
gente chama de neurodegenerativas, no caso, por exemplo, a doença de Parkinson,
que é uma doença bastante comum. Então a gente está verificando se essas
alterações na estrutura do sono acontecem no covid longo e se por ventura - se
por acaso acontecer, a gente ainda não tem essa resposta, tem que achar muito
claro isso -, se elas vão se correlacionar em médio e longo prazo com essas
doenças de neurodegenerativas".
O
trabalho em conjunto nas duas universidades permite comparar populações de
diferentes classes sociais e perfis, nos dois países. Segundo o professor
Manoel Sobreira, a troca de informações é essencial, já que a pesquisa clínica
pede respostas rápidas, mas deve ser conduzida com cuidado, principalmente para
compreender as consequências à longo prazo de uma doença tão recente como a covid-19.
Por:
Gabriel Coreia/Rádio Nacional
Fonte:
Radioagência Nacional