Grupo se reuniu até este sábado (6), no Rio de Janeiro
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© FOTO: PRISCILA RAMOS |
O
Conselho Popular do Brics, movimento que reúne entidades da sociedade civil dos
11 países que integram o bloco, concluiu neste sábado (5) sua declaração final,
com diversas recomendações a serem entregues aos chefes de estado. Entre elas,
estão a criação de mecanismos de taxação dos super-ricos e o fortalecimento das
moedas nacionais.
O
encontro antecede a cúpula dos líderes do bloco que começa neste domingo (6) no
Rio de Janeiro. Esta é a primeira vez que o Conselho Popular realiza uma
reunião presencial com projeção internacional e espaço institucional dentro da
programação oficial do Brics. De acordo com Rita Coitinho, representante
brasileira no Conselho Popular do Brics, além da taxação de grandes fortunas,
outras recomendações foram: a desdolarização da economia mundial, o controle
dos paraísos fiscais e a reforma de instituições como o Conselho de Segurança
da Organização das Nações Unidas e o Fundo Monetário Internacional.
“Na
área de finanças, Só se fala nisso: superar a dependência do dólar, que garante
que só um país hoje seja capaz de impor sanções unilaterais contra os outros
países e destruir economias inteiras, destruir o futuro da humanidade por conta
dos proprios interesses", afirma.
O
documento propõe a ainda que o Brics assuma um papel ativo na construção de uma
nova ordem internacional baseada na multipolaridade, na paz entre os povos e na
justiça social.
Em
2025 foram criados sete grupos de trabalho divididos por temas: saúde, educação,
ecologia, cultura, finanças, segurança e institucionalidade. Todos estes temas
são prioridades eleitas pela presidência brasileira do Brics para o ano. Outro
eixo central é a soberania alimentar. O texto apresenta propostas para o
fortalecimento da produção local de alimentos por meio da reforma agrária e o
enfrentamento da fome por meio de políticas públicas sustentáveis.
Na
área de meio ambiente, o conselho defende que o Brics estabeleça um fundo
climático próprio com foco em mitigação, adaptação e proteção da
biodiversidade. O documento também condena o uso de sanções econômicas e
medidas coercitivas unilaterais, além de fazer um apelo à paz global e
manifestar solidariedade ao povo palestino. A proposta que o bloco atue como um
ator independente no cenário internacional, mediando conflitos e promovendo a
autodeterminação dos povos do Sul Global.
O
evento foi criado a partir das discussões do Fórum Civil de julho de 2024 em
Kazan, na Rússia, e teve o endosso de todos os dos líderes do bloco. Cada país
membro formou seus respectivos conselhos nacionais. O Conselho Popular do Brics
é uma plataforma que busca promover o diálogo e a cooperação com os governos,
por meio do fortalecimento da participação dos movimentos populares e da
sociedade civil. O grupo busca soluções conjuntas para desafios globais e
regionais, além de auxiliar na formulação de políticas públicas e na promoção
do desenvolvimento sustentável para os países do bloco.
Por;
Pedro Lacerda/Rádio Nacional
Fonte:
Radioagência Nacional